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Um dia antes de ser internado, em caráter de urgência,
para a retirada do tumor no intestino, o ex-deputado federal, José
Mendonça, chegou a marcar reunião para tratar do projeto de sua
candidatura à Prefeitura de Belo Jardim - que vinha sendo gestada para o
ano que vem. Quem relatou o fato à Folha foi o prefeito daquela cidade,
Marco Coca-Cola (DEM). No dia 1º de abril, Coca-Cola conversou, por
telefone, com José Mendonça e agendou a referida conversa para o dia 2
de abril, data em que o cacique democrata acabaria indo para a sala de
cirurgia de forma inesperada.
“As costuras para a candidatura dele (de José Mendonça) à Prefeitura
de Belo Jardim estavam definidas”, revelou o gestor municipal, que
sedimentava o terreno para ser sucedido pelo ex-deputado federal. Não
restava dúvidas a Marco Coca-Cola de que José Mendonça seria eleito.
“Acredito que nós sairíamos vitoriosos. Inclusive, a oposição não tinha
candidato para competir com ele. Poderiam ter alguém para cumprir
tabela, levando em conta o que ele (José Mendonça) fez por Belo Jardim e
pela sua história política”, afirmou o prefeito, de São Paulo, por
telefone, à Folha, ontem. Indagado sobre as últimas coisas que ouviu
de José Mendonça quanto a este projeto de ser prefeito, ele foi
enfático: “Que Belo Jardim era um projeto vital para ele. Era a
realização política dele. Valia mais do que tudo que ele tinha feito na
política até aquele instante”. O prefeito grifou que o cacique do DEM
“sempre repetia isso e, naquela sexta-feira (1º de abril), também
falou”. Poucas horas após o falecimento de José Mendonça, Coca-Cola
se dizia ainda sem acreditar naquela fatalidade, tendo em vista “a
importância do projeto que seria viabilizado e concretizado”.
Frente
à interrupção do sonho do ex-deputado federal, o prefeito só sabe que
“vamos dar um tempo para ver como fica”. “Quem fez toda a história de
Belo Jardim, quem lançou na política Marco Coca-Cola foi José Mendonça.
Todos os políticos que hoje atuam em Belo Jardim foram crias dele, não
obstante, alguns serem até adversários hoje”, arrematou.
O tema
também foi pontuado pelo ex-deputado federal Roberto Magalhães. Ao
recordar que ambos desistiram de tentar novamente uma vaga no
legislativo federal no ano passado, o ex-governador registrou: “As
circunstâncias nos levaram a estar sempre no mesmo partido ou coligação
até janeiro deste ano, quando, por uma coincidência, cada um com suas
razões, se despediu da militância. Ele ainda pensava em ser prefeito de
Belo Jardim e eu, já numa linha mais definitiva, de não voltar a
disputar cargos públicos”, lembrou Magalhães.
Da Folha de Pernambuco |
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