sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Collor pode abrir um palanque para Dilma em Alagoas




Sem alarde, Fernando Collor (PTB) ver  as chances de retornar ao   governo de Alagoas em 2010.


Um dos entusiastas da candidatura de Collor é Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado.

Renan fora aliado do Collor presidente. Tornara-se adversário do Collor varejado por corrupção. Virara inimigo do Collor do impeachment.

Mandara ao freezer o Collor do ostracismo. Por fim, Renan descongelou suas relações com o Collor redivivo do Senado.

Um Collor surpreendente, agora aliado do mesmo Lula que derrotara, com métodos heterodoxos, nas urnas presidenciais de 20 anos atrás.

Tenta-se pôr de pé, ao redor deste “novo” Collor, uma coligação de pelo menos nove partidos: PTB, PMDB, PR, PCdoB, PT, PMN, PRB, PSC e PP.

São legendas que, em Brasília, integram o consórcio partidário que gravita ao redor de Lula.

Algo que permitiria a Collor oferecer seu eventual palanque alagoano a Dilma Rousseff, a presidenciável de Lula e do PT.

Renan estimula a candidatura Collor de olho na composição da chapa, que integraria numa das duas vagas destinadas aos candidatos ao Senado.

Move-se por pragmatismo. No caminho de sua reeleição há duas pedras. A julgar pelas pesquisas alagoanas, o par de pedras tem potencial para deixar Renan sem mandato.

Chama-se Heloisa Helena a primeira rocha. Ex-senadora, candidata derrotada à Presidência em 2006, virou vereadora de Maceió em 2006.

Presidente nacional do PSOL, HH está decidida a retornar ao Senado. Desistiu de brigar pelo Planalto.
Tenta enfiar o seu partido dentro da candidatura presidencial da amiga Marina Silva (PV).

O outro adversário de Renan é o ex-governador alagoano Ronaldo Lessa (PDT). Frequenta as pesquisas como segundo colocado na corrida ao Senado, atrás de HH.

Até o início de 2009, Renan embalava uma aliança com o atual governador de Alagoas, o tucano Teotônio Vilela.

Candidato à reeleição, Teotônio tornou-se um azarão. Coleciona índices mirrados de intenções de voto. Coisa na casa dos 5%.

Renan enxerga em Collor –dono de um jornal, de uma TV que repete em Alagoas o sinal da Globo e de uma rede de rádios— um candidato mais viável que Teotônio.

Tomado pelas pesquisas, só haveria um político em Alagoas capaz de deter o retorno de Collor ao governo estadual.

Chama-se Cícero Almeida. É filiado ao PP, outro sócio minoritário do consórcio partidário de Lula.

Em 2008, Cícero foi à cadeira de prefeito da capital, Maceió, numa votação em que beliscou notáveis 81,5% dos votos válidos.

Nas pesquisas para o governo, Cícero coleciona algo como um terço dos votos dos alagoanos. Mais do que Collor, que oscila entre 20% e 25%.

Cícero hesita, porém, em embrenhar-se na disputa pelo governo. Sabe que enfrentará, além de Collor, o conglomerado de mídia e os arranjos políticos que estão por trás dele.

Receia perder a cadeira de prefeito, da qual teria de se separar por renúncia, e arrostar uma derrota na briga pelo governo.

Por ora, tampouco Collor se assume como candidato. Mas todo o aparato político que gravita ao seu redor move-se como se a candidatura fosse incontornável.

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