Geraldo Júlio interpretou como “toma lá dá cá” a legítima aspiração
de alguns partidos que o apoiaram de ocupar espaços em seu futuro
governo, que terá início amanhã. Isso é normal nas democracias. Quem
apoia o faz também na expectativa de compartilhar espaços de poder. Quem
não dava satisfação aos partidos eram os prefeitos e governadores que
foram nomeados pela ditadura. Mas num regime democrático isso é legítimo
e corriqueiro. Collor ignorou essa regra e acabou sendo deposto.
Comecemos por Tancredo Neves, que inaugurou a “Nova República” em
1985, embora tenha morrido sem tomar posse. Deu ministérios a
praticamente todos os partidos que o levaram à vitória no Colégio
Eleitoral. Já Fernando Henrique cedeu vários ministérios ao PFL, um dos
quais, Meio Ambiente, foi ocupado pelo pernambucano Gustavo Krause. E
Dilma Rousseff, para garantir a governabilidade cedeu logo cinco ao
PMDBque tem a maior bancada no Senado e a 2ª maior na Câmara. Até o
governador Eduardo Campos, que foi reeleito com 84% dos votos válidos,
seguiu esse mandamento democrático.
Compartilhou o poder com o PR (Secretaria de Turismo), o PCdoB (Ciência e
Tecnologia), o PTB (Trabalho e Empreendedorismo), o PV (Meio Ambiente e
Sustentabilidade), etc. Sem ser acusado de “toma “lá dá cá”. Se o
prefeito eleito do Recife não tem esse mesmo pensamento, isso deve ser
atribuído à sua pouca vivência com eleições.
Blog;Inaldo Sampaio.
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