Ele não é o Barba Negra, das histórias de pirata, nem o assustador Barba Azul, dos contos infantis. Seus pelos ainda não chegaram à fase grisalha de um Sean Connery e seu estilo está longe de um cowboy como Jeff Bridges, mas a fama da barba de Bell Marques não deve nada a nenhuma dessas. E se o líder chicleteiro radicalizar? Seria Bell capaz de descartar os pelos do rosto e puxar o bloco dos ‘lisinho como bumbum de bebê’?
A dúvida paira no céu pré-carnavalesco diante do
boato de que a Gillette pagaria R$ 2 milhões para o cantor raspar a
barba em cima do trio.
“Só adianto que teremos o grande tchan do Carnaval”,
despista Jamil Moreira, assessor do Chiclete. Na levada do burburinho,
até música o Chiclete fez para a ação marqueteira. A poesia axezeira
discorre sobre um rapaz que se apaixona durante o Carnaval, mas não
consegue conquistar a gata. Até surgir a arma infalível do cupido:
raspar tudo. “Tá lisinho, tá lisinho, pra ganhar ganhar beijinho”, versa
o refrão que deve ser entoado na Avenida.
O publicitário Álvaro Ribeiro, especializado em
marketing, acha um exagero a suposta cifra de R$ 2 milhões. “Esse deve
ser o custo de todas as ações da Gillette para o Carnaval. Não vale a
pena isso tudo só pra Bell tirar a barba. Teria uma boa repercussão, mas
localizada e muito rápida”, opina. E os fãs, o que acham?
Bell fala hoje sobre sua parceria com a Gillette, ao lado de Gagliasso e Malvino Salvador
“Ele só deveria tirar se quisesse. Por dinheiro,
não!”, diz Vinícius Gusmão, presidente do fã-clube 100% Chicleteiro. Já
Aline Ramos, membro do fã-clube Galera do Chicletão, de Minas Gerais,
prova que é tiete. “Bell pode fazer o que quiser. Amo ele de qualquer
jeito”.
Nesse ritmo, o cantor deve estar dançando entre a
sabedoria clássica e a sapiência popular. Mantendo a barba, segue a
ideia do filósofo alemão Arthur Schopenhauer: “A barba, por ser quase
uma máscara, deveria ser proibida pela polícia. Além disso, enquanto
distintivo do sexo no meio do rosto, é obscena: por isso é apreciada
pelas mulheres”. Se resolver ficar lisinho pra ganhar beijinho, Bell
pode se apegar ao que dizem nas ruas: “Se barba fosse respeito, bode não
tinha chifre”.
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