terça-feira, 18 de junho de 2013

Políticos pernambucanos opinam sobre onda de protestos no Brasil


A alta da passagem de ônibus em São Paulo foi o estopim para uma onda de protestos em diversas cidades do Brasil contra a corrupção, falta de mobilidade e de atenção à saúde e educação, para citar alguns exemplos. As manifestações ocorrem desde a semana passada. Nesta segunda-feira (17), aconteceram em dez capitais. Um dos alvos das manifestações são os políticos. Por isso, o Blog de Jamildo questionou dirigentes pernambucanos sobre suas opiniões em relação ao assunto.

Para o deputado federal João Paulo (PT), o alto nível de desconforto e cansaço na sociedade motiva os protestos. "Durante muito tempo a luta do brasileiro foi por emprego, estabilidade econômica. Questões como combate à miséria e uma renda mínima foram atingidas. Hoje, a sociedade está exigindo mais e mais qualidade", disse.


O senador Armando Monteiro Neto (PTB) classifica as mobilizações como uma "crise urbana". Ele também apontou cansaço com problemas na mobilidade e segurança. "A cidade era um sonho. Hoje, elas estão se tornando disfuncionais, caóticas", observou. Para ele, os políticos precisam "entender isso (as manifestações) como um sinal".


O petebista reconheceu que houve excessos dos policiais militares que reprimiram os protestos em São Paulo na semana passada, mas ressaltou que "não há como imaginar que seja algo tão incompreensível, porque, por mais que eles sejam treinados e tenham obrigação de estarem preparados para intervir, excessos e violência complicam o processo".


O senador ainda disse que não voltaria atrás do preço das passagens, argumentando que o reajuste é menor do que a inflação do período e que "a autoridade pública não pode submeter suas decisões a um plebiscito permanente, porque foram eleitos para tomar decisões".


O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), avaliou que o "fenômeno ainda vai ser esclarecido". "É possível também que ocorra por dentro ali algum tipo de ação política, mas só o tempo poderá dizer o que é isso", disse.


Assim como Armando Monteiro, ele acha que a sociedade deve "analisar" a situação e exaltou a "força" dos protestos. "Toda expressão que vem do povo precisa ser observada para saber o que é aquele sentimento e poder reagir a ele e fazer as ações que são desejo do povo", destacou.


Os protestos são visto como "legítimos" pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), mas, para ele, não deviam ocorrer no período da Copa das Confederações, "quando o Brasil se afirma no cenário internacional". "Discordo e lamento (do momento em que as manifestações acontecem)", opinou.


Sobre as vaias que a presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu durante o primeiro jogo da competição, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, Fernando Bezerra Coelho disse que, se estivesse lá, "estaria aplaudindo a presidente", porque, assim, "estaria aplaudindo o País".


RECIFE - Está marcada para esta quinta-feira (20), a partir das 16h, na Praça do Derby, área central, um protesto no Recife. Os manifestantes prometem "parar a cidade", em uma mobilização que também ocorrerá em outras cidades no mesmo dia. No evento do Facebook onde a mobilização é articulada, 60,4 mil pessoas confirmaram presença.

Os detalhes do protesto foram decididos em reunião nesta segunda (17), que virou um "ensaio para o protesto" no fim. Cerca de 500 pessoas fizeram uma passeata e fecharam uma das faixas da Avenida Agamenon Magalhães. A mobilização durou cerca de uma hora e não houve confusão.

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